Para as mães atípicas, cujas jornadas são marcadas por desafios únicos e demandas extraordinárias, o apoio do Estado muitas vezes parece uma miragem distante. Diariamente, enfrentam uma batalha dupla: a luta incansável pelo bem-estar de seus filhos e a batalha silenciosa por reconhecimento e assistência governamental. Em uma sociedade que tantas vezes relega as mães atípicas ao esquecimento, é dolorosamente evidente a falta de direitos e auxílio adequado.
Enquanto mães, assumem um fardo gigante, equilibrando as necessidades complexas de seus filhos com as demandas externas e pessoais.
Suas rotinas são marcadas por terapias intermináveis, consultas médicas e preocupações constantes, tudo enquanto lidam com os desafios emocionais e financeiros que acompanham o cuidado especializado. No entanto, é uma batalha solitária, frequentemente travada sem o apoio necessário do estado.
Apesar das dificuldades, é importante ressaltar que as mães atípicas possuem direitos que podem ajudar a aliviar parte do peso que carregam. Por lei, os seus filhos devem ter acesso a todas as terapias prescritas pelos médicos, aos medicamentos, bem como isenção de imposto na compra de carro e descontos em passagens aéreas, por exemplo. Sabemos que na prática a busca por esses direitos encontram obstáculos, tendo que irem até à Justiça, mas é importante não desistir.
Quanto ao direito à redução da jornada de trabalho, é lamentável que essa prerrogativa seja concedida apenas às mães que trabalham como servidoras públicas, deixando as mães de empresas privadas sem esse benefício. Essa disparidade obriga muitas delas a terceirizar a criação dos filhos atípicos, enfrentando uma dupla jornada exaustiva e uma constante luta para conciliar o trabalho com as demandas familiares.
Embora esses direitos possam ser uma ajuda significativa, muitas vezes é necessário que as próprias mães atípicas corram atrás deles, lutando contra a burocracia e a falta de informação.
A falta de direitos e auxílio por parte do Estado é uma ferida aberta, uma injustiça que clama por reparação. Muitas mães atípicas são confrontadas com barreiras burocráticas intransponíveis ao buscar serviços essenciais para suas famílias. Os recursos limitados e a falta de acesso a assistência financeira adequada podem deixá-las à beira do esgotamento físico e emocional.
É importante que o Estado reconheça e respeite as necessidades das mães atípicas e de suas famílias. Isso requer políticas abrangentes que garantam acesso igualitário a serviços de saúde, educação e apoio financeiro. Além disso, é essencial que haja um sistema de suporte robusto, que ofereça orientação, assistência emocional e financeira às mães que tanto sacrificam em nome de seus filhos.
Neste Dia das Mães, honramos e celebramos as mães atípicas, que enfrentam desafios extraordinários com graça e resiliência. Mas também devemos fazer mais do que simplesmente reconhecê-las; devemos agir para garantir que recebam o apoio e os recursos de que tanto necessitam e merecem. É hora de o Estado cumprir seu dever para com essas mães incríveis e suas preciosas famílias, oferecendo-lhes o respeito, a dignidade e o auxílio que tanto merecem. E enquanto o Estado não faz nada, nós estamos aqui para correr em busca desses direitos por e com vocês. Conte conosco!